A informática tem evoluído de forma acelerada e incessante há muitos anos. A capacidade de armazenamento, a potência de processamento de dados, a quantidade de memória volátil e a qualidade gráfica são alguns dos quesitos que tiveram expressivos avanços.
Entretanto, tal desenvolvimento não ocorre na mesma proporção em outros aspectos dos computadores. A BIOS é um exemplo dessa desproporcionalidade no aperfeiçoamento computacional.
Basicamente, fora algumas pequenas modificações, o processo de carregamento dos recursos de hardware e software dos PCs que realizamos actualmente ocorre da mesma forma de há 25 anos. Mas este facto está prestes a sofrer uma drástica mudança. Isso porque a adopção do UEFI (Unified Extensible Firmware Interface) – sistema muito mais rápido e seguro para inicializar o sistema operacional – deve acontecer em 2011.
O que é a BIOS?
Antes de abordarmos as características do UEFI é preciso ter uma noção do que é a BIOS. Este termo é o acrónimo de Basic Input/Output System (Sistema Básico de Entrada/Saída) e consiste em um programa desenvolvido em Assembler que fica armazenado no microprocessador (ou memória CMOS – Complementary Metal Oxide Semiconductor) da máquina por meio de um firmware.
O próprio nome da tecnologia indica sua responsabilidade dentro do processo de carregamento do sistema operacional: activar as actividades básicas para o coreto funcionamento de todos os recursos da máquina. Ou seja, a função da BIOS é passar as directrizes ao processador de como ele deve proceder com os dispositivos essenciais para o boot do SO.
Assim que você pressiona o botão “ligar”, a BIOS entra em acção detectando todo e qualquer dispositivo de hardware que esteja conectado ao PC e se cada um destes está funcionando – é o chamado Power-On Self Test (POST).
Depois de tudo devidamente identificado, os dados recolhidos ficam armazenados para evitar o desperdício de tempo em uma futura inicialização. Em seguida a bola é passada para o sistema operacional instalado, o qual assume o controle daí em diante.
Em outras palavras, sem a existência da BIOS o seu computador não ligaria. A máquina não reconheceria os periféricos (mouse, teclado e caixas de som, por exemplo), portas de conexão, unidades de armazenamento, enfim, seria impossível aceder ou manipular qualquer informação.
O UEFI vem cheio de melhorias
Agora está pronto para conhecer o seu sucessor revolucionário. Para isso precisamos voltar ao início da década de 90, quando a Intel – apoiada pela Microsoft – começou a desenvolver um sistema com o objectivo de substituir a BIOS e permitir a aplicação de novas ferramentas, o EFI.
A partir da versão 1.10 desta tecnologia, um grupo de grandes empresas tecnológicas (entre elas a Apple, a Intel, a Microsoft, a AMD, a Dell, a Hewlett Packard e a IBM) criou uma fundação que deu nome a um novo formato: o UEFI.
Com módulos construídos em linguagem C, o Unified Extensible Firmware Interface permite que o código de programação seja alterado sem afectar outros sectores de sua estrutura, o que é uma maneira mais prática dos produtores actualizarem seus recursos e corrigirem os erros existentes.
Além disso, o UEFI consegue ser carregado por meio de qualquer recurso de memória não volátil e levar os drivers necessários para sua operação. Sendo assim, ele é independente de qualquer sistema operacional. Devido a estas características o UEFI possui as mesmas funções que a BIOS, porém, com um desempenho invejável.
Interface
Assim que o UEFI é iniciado, uma melhoria é notável: sua interface. Diferentemente da BIOS, o novo sistema de carregamento do PC permite a interactividade do usuário com suas funcionalidades por meio do mouse. Tal característica consome mais recurso da máquina, entretanto, a flexibilidade e a praticidade com que você navega entre os menus do UEFI são muito maiores.
No que toca os aspectos visuais da interface, a estrutura gráfica tornou-se mais agradável e apresenta-se melhor elaborada. Com o UEFI é possível incluir outras funções ao acervo de ferramentas de inicialização do computador, como o acesso directo ao drive de discos ópticos, a conectividade com a internet, a disponibilização de pastas armazenados no disco local, a utilização de mensageiros instantâneos, a implementação de aplicativos de entretenimentos (inclusive jogos), entre outros recursos.
Inicialização em tempo reduzido
O visual renovado do UEFI é soberbo, o que torna a experiência do usuário agradável. Porém, o que faz desta novidade uma tecnologia tão revolucionária é, sem dúvida, a economia de tempo para o carregamento dos recursos básicos de funcionamento da máquina. O tempo de boot de um computador que usa o Unified Extensible Firmware Interface é reduzido drasticamente.
De acordo com o presidente da Uified EFI Forum, Mark Doran, as máquinas actuais em bom estado e que operam com BIOS levam entre 25 e 30 segundos para averiguar todos os dispositivos de hardware. Com a nova tecnologia o tempo aproximado é de cinco segundos, uma redução considerável!
Não está a acreditar? Então veja o vídeo seguinte, o qual apresenta uma demonstração do UEFI em um notebook da Lenovo. Como pode perceber, o Windows 7 carrega em cerca de 13 segundos.
Compatibilidade
Sempre que uma tecnologia é substituída, a dúvida da compatibilidade - muito pertinente por sinal - é levantada. Com o UEFI não poderia ser diferente, muitos utilizadores interrogam-se se seus dispositivos de hardware e sistemas operacionais serão suportados pelo novo sistema.
Em relação aos periféricos, discos rígidos, memória, processadores, drives ópticos e outros equipamentos físicos, a tramitação da BIOS para o UEFI deve acontecer naturalmente, já que este está preparado para funcionar com os dispositivos que usamos hoje.
Por outro lado, no que concerne aos recursos de software da máquina existem algumas limitações. Se tem instalado o Windows XP, bem como a versão de 32 bits do Vista, encontrará problemas ao implementar o Unified Extensible Firmware Interface. Quem usufrui do Linux pode ficar mais tranquilo, pois basta uma actualização do kernel para tornar o UEFI funcional.
Dominando o mercado
Em entrevista à revista electrónica BBC do Reino Unido, Mark Doran explica que os criadores da BIOS pretendiam produzir uma linha para apenas 250 mil máquinas – número superado há muito tempo. Podemos concluir que a ideia original desta tecnologia era assumir uma posição temporária no mercado.
Desde Janeiro de 2006 a Apple produz versões do Mac baseadas em processadores da Intel que utilizam o UEFI. Isso mostra que este sistema de inicialização de computadores tem seu valor e tem sido colocado à prova durante anos por uma das empresas mais respeitadas do planeta.
Evidentemente, ainda existem questões a serem averiguadas e discutidas entre os especialistas da área. Porém, as grandes melhorias proporcionadas pelo UEFI forçam cada vez mais a uma posição dos fabricantes em relação a sua comercialização. Para Doran, o chefe da fundação que desenvolve a tecnologia, a versão 2.3 do UEFI deve abraçar boa parte do mercado de computadores já no ano de 2011.
O que esperar desta tecnologia?
A redução no tempo de carregamento de hardware e software proporcionada pelo UEFI é indiscutível. O aperfeiçoamento da interface é outro motivo para acreditarmos que a BIOS não tem muito tempo de vida. Apesar de ter um importante papel no desenvolvimento tecnológico nesses 25 anos, a BIOS está desfasada para suportar dispositivos cada vez mais avançados e potentes.
Pela idoneidade da Unified EFI Forum (fundação que desenvolve o novo sistema), podemos acreditar que, ao menos em parte do mercado, os computadores que saírem de fábrica a partir deste ano terão o UEFI como mecanismo de inicialização. Se isso vai encarecer o produto final, não podemos afirmar nada.
Para mais informações sobre esta revolucionária tecnologia, a qual deve selar o ciclo de vida da BIOS, você deve aceder o site da Unified EFI Forum.
Fonte/Consulta: www.baixaki.com.br
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